O podcast “Momento MP”, do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), debate esta semana a atual fase do processo de beatificação e canonização do Promotor de Justiça Marcelo Henrique Câmara. O episódio teve como convidados Marcia Arend, Promotora de Justiça que conheceu Marcelo; Ricardo Santana, assessor jurídico da Associação Marcelo Henrique Câmara; e o padre Vitor Feller, postulador da fase arquidiocesana.
Aproveitando a inauguração do Memorial de Marcelo Câmara que acontece nesta quarta-feira (20/3) no bairro Ingleses e o fim da fase arquidiocesana da causa de beatificação, o programa falou sobre a figura de Marcelo Câmara como Promotor de Justiça catarinense.
Marcelo Câmara morreu aos 28 anos, em 2008, devido a complicações de um câncer. Ele foi um jovem leigo, estudante de Direito, professor da Universidade Federal de Santa Catarina e membro do Ministério Público. Mesmo tendo trabalhado por pouco tempo no MP catarinense, por conta da doença, sua atuação foi marcante.
A Promotora de Justiça Marcia Arend, da 9ª Promotoria de Justiça da Comarca de São José, contou como viu Marcelo chegar a um júri meses antes de falecer. “Eu lembro que ele chegou, ele era bem alto e ele já estava muito magrinho, com a beca dobrada no braço e me cumprimentou. Conversamos, falamos sobre o processo. E fazia três meses que ele havia feito o transplante de medula óssea. Lembro com muito carinho de me despedir dele de dar “tchau” e vê-lo caminhando vestido com a Beca para o plenário do Juri””, relatou.
Maria Zoê, autora da biografia “No caminho da santidade: a vida de Marcelo Câmara, um Promotor de Justiça”, participou do podcast a distância. Zoê enfatizou a peculiaridade da biografia de Marcelo Câmara na trajetória de canonização. “O fato de Marcelo Henrique Câmara ter sido Promotor de Justiça e de estar em um processo de beatificação e canonização pela Igreja Católica, um processo que pode vir a ter um alcance universal, é algo que eleva, que dignifica ainda mais essa nobre instituição do Ministério Público em Santa Catarina e no Brasil. Ainda que a esfera religiosa e a esfera laica sejam distintas, não são inconciliáveis nem precisam ser antagônicas. Pelo contrário: a religião bem vivida, o caminho autêntico da santidade, deve conduzir para o aperfeiçoamento da nossa humanidade”, destacou a autora.