O Papa Francisco faleceu no dia 21 de abril. Seu pontificado durou doze anos. Foi alguém que se deixou tomar pela realidade nova inaugurada pela ressurreição de Cristo. E acolheu o mandato do próprio Cristo “ide anunciai o Evangelho”. Tendo o Evangelho como pano de fundo percebeu que muita coisa da realidade atual não correspondia à mensagem deixada por Cristo.
Papa Francisco procurou iluminar os problemas do nosso tempo com a sabedoria do Evangelho. Ofereceu uma resposta à luz da fé e encorajou a todos para viverem como cristãos. Gostava de usar metáforas que facilitavam a compreensão do Evangelho e a aplicação ao nosso tempo. Uma das suas frases fortes: somos chamados a construir pontes e não para levantar muros.
Estava firmemente ancorado na certeza de ser criado e amado por Deus. Somos todos chamados à santidade. Costumava afirmar que ser santo não é um privilégio de poucos, mas uma vocação para todos. Colocou também a misericórdia bem no centro de seu pontificado. Expressou-se certa vez que a misericórdia é a melhor coisa que se pode sentir: ela muda o mundo. Um pouco de misericórdia torna o mundo menos frio e mais justo.
Percebia a Igreja um pouco acomodada, olhando demasiadamente para si mesma. Convidava a ser uma Igreja m saída. Que buscasse o contato com os outros. Buscou pessoalmente o relacionamento com povos de outros credos, incentivou o ecumenismo. Dizia que preferia uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, que uma Igreja doente pelo fechamento.
Mostrou grande preocupação com a situação da família e dos migrantes. Convidou a todos a lançar o olhar sobre a família que existe no nosso tempo e não tanto a uma família ideal. Dizia que as famílias são como fábricas de esperança; é onde se aprende a amar, a perdoar, a ser generoso. Lá se aprende as lições de unidade e fraternidade. Na família também se ensina a acolher o necessitado, o migrante e a superar a indiferença. Esta é mais perigosa que o câncer.
Papa Francisco não escrevia só para os membros da Igreja. Estava convicto de que a mensagem do Evangelho é para todo ser humano. Foi assim que escreveu a encíclica “Laudato Sí” para alerta o mundo todo que é preciso dar mais atenção ao mundo em que vivemos. Chegou a afirmar que a natureza que nos rodeia já não é mais irada, mas devorada. É preciso cuidar da nossa casa comum. O atual momento da história é rico em tecnologia e pobre em humanidade.
Papa Francisco foi uma luz que apareceu e iluminou para novos caminhos, para novos modos de viver a fé. Convocou a Igreja e o mundo todo para viver novos tempos em Jesus ressuscitado.